O encontro acontecerá nos dias 21 e 22 de agosto, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, em São Paulo

A perda dos direitos sociais é uma realidade enfrentada por milhões de pessoas no Brasil e na América Latina. A privatização do acesso à saúde e à educação, da Previdência Social, a ausência de políticas públicas, a finaceirização da natureza e da vida são realidades que intensificam a violência e a desigualdade social nas cidades e no campo.

Para possibilitar um espaço de troca e reflexão sobre o atual cenário de avanço da extrema-direita, a Rede Jubileu Sul Brasil realiza o Seminário Como anda a luta de classes no Brasil e na América Latina?.Ele acontecerá nos dias 21 e 22 agosto, em São Paulo (SP), e contará com as assessorias de Nancy Cardoso, Virgínia Fontes, Christina Vital, Mathias Seibel e Marcelo Madaró. As inscrições são gratuitas e on line.

“Esta proposta atende a uma demanda de várias entidades-membros da Rede, que sugeriram um espaço de escuta e reflexão de maneira horizontal. Sabemos da existência de várias frentes e espaços de articulação em nível nacional. Mas sabemos também que existem inúmeras e importantes entidades que não se organizam em nenhum espaço comum. Sabemos também que muitas vezes as discordâncias vão gerando cada vez mais espaços próprios com pouca capacidade de falar para fora de si próprio”, avalia Sandra Quintela, articuladora nacional da Rede Jubileu Sul.

Para Sandra, no atual cenário territórios inteiros estão entrando no circuito de agregação de valor nas cadeias globais de commodities. “Mariana e Brumadinho não nos deixam mentir. Tudo para garantir os lucros incessantes das empresas transnacionais e dos bancos. Ah, os bancos… Esses não param de ter lucros crescentes. Quanto maior a crise, maiores os seus ganhos. De onde vêm? Desse circuito, uma espécie de globo da morte, que gera o capital financeiro pelo mecanismo mais eficiente de transferência de riqueza dos trabalhadores para a classe dominante: a dívida pública”, afirma Sandra.

A dívida pública brasileira passa dos R$ 5 trilhões e absorve cerca de 40% dos recursos do orçamento federal. “Essa dívida, cujo pagamento não foi congelado pela EC 95 [Emenda Constitucional], congela os gastos federais em custeio, investimentos e gastos sociais. E do nosso lado? Do lado da classe trabalhadora, como andamos? Uma dispersão de ideias, análises, visões, estratégias etc. As experiências históricas até agora conhecidas no processo de luta de classes no Brasil parecem ser insuficientes para explicar este momento de forma coletiva. É possível uma síntese? São possíveis apostas comuns?”, provoca a economista que coordena o seminário

Serviço
Seminário de Conjuntura: Como anda a luta de classes no Brasil e na América Latina?
Datas: 21 e 22 de agosto

Local: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja, República, no Centro de São Paulo – SP
Inscrições gratuitas

Dia 21 de agosto

14h – Mesa 1: O que está em jogo na conjuntura atual? Que novas questões / desafios estão colocados?

Virgínia Fontes – Historiadora com mestrado na UFF (1985) e doutorado em Filosofia – Université Paris Nanterre (1992). Atua na pós-graduação em história da UFF, onde integra o NIEP-MARX – Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo – e na Fiocruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – EPSJV. Atua nas áreas de atuação: Teoria e Filosofia da História, Epistemologia, História do Brasil República, História Contemporânea. É professora da Escola Nacional Florestan Fernandes-MST e coordenadora do GT História e Marxismo-ANPUH. Integra diversos conselhos editoriais no país e no exterior.


Dia 22 de agosto

9h – Mesa 2: Religião e Política: que rumos tem tomado no Brasil?

Nancy Cardoso – Pastora metodista e colaboradora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Possui graduação em Teologia – Faculdades Integradas Bennett (1987), e Licenciatura em Filosofia pela Universidade Metodista de Piracicaba (2002), mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1992) e doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1998); pós-doutorado em História Antiga na Unicamp. É assessora de formação da Comissão Pastoral da Terra. Autora de À Procura da Moeda Perdida e de Remover Pedras, Plantar Roseiras, Fazer Doces.

Jacqueline Moraes Teixeira – Doutora em Antropologia Social na Universidade de São Paulo (USP) onde também obteve o título de mestre. Possui graduação em Ciências Sociais (USP/2008) e graduação em Teologia (Universidade Presbiteriana Mackenzie/2012). É pesquisadora do NAU (Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da USP) onde desenvolve pesquisas sobre religiosidade em contextos urbanos, e do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizando pesquisas na área de gênero, sexualidade e religião. Suas principais áreas de atuação e pesquisa são Antropologia Urbana, Antropologia da Religião e Marcadores Sociais da Diferença. Atualmente é professora substituta no Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP (FE-USP) e realiza estágio de Pós Doutorado no PPGAS/USP.

14h – Mesa 3: Como se configura hoje a classe dominante no Brasil? Como se configura a classe trabalhadora?

Mathias Seibel Luce – Professor da Escola de Serviço Social da UFRJ. Autor de Teoria Marxista da Dependência: Problemas e Categorias (Editora Expressão Popular, 2018) e coorganizador, com Carla Cecilia Ferreira e Jaime Osorio, de Padrão de reprodução do capital (Boitempo, 2012). Foi docente do Departamento de História da UFRGS (2012-2019). Possui graduação e doutorado em História (UFRGS) e pós-doutorado em Economia (UFF). É pesquisador do grupo de trabalho Crisis y Economía Mundial, do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).

Marcelo Badaró – Historiador pela UFRJ (1987), com mestrado (1991) e doutorado (1996) em História Social pela Universidade Federal Fluminense. Realizou estágios de pós-doutoramento e pesquisa no Museu Nacional-UFRJ, no Instituto Internacional de História Social de Amsterdã e na Universidade Nova de Lisboa. É professor titular de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense. Autor de diversos livros, entre eles: A Classe Trabalhadora: de Marx ao Nosso Tempo; Laborers and Enslaved Workers: Experiences in Common in the Making of Rio de Janeiro’s Working Class; E. P. Thompson e a Tradição de Crítica Ativa do Materialismo Histórico; Escravizados e Livres: Experiências Comuns na Formação da Classe Trabalhadora Carioca; Novos e Velhos Sindicalismos no Rio de Janeiro; Trabalhadores e Sindicatos no Brasil (em 2ª edição), entre outros.

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