Neste 14 de março completou dois anos do assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e as perguntas que permanecem ainda sem respostas são : Quem mandou matar Marielle? E por quê?


Falar de Marielle é falar da luta das mulheres no Brasil e no Mundo. Lembrar de Marielle é falar da luta antirracista e anticapitalista. Falar de Marielle é falar de alegria e afeto na luta e na politica. Recordar Marielle também recordar da sua luta sem medo enfrentando poderosos . Falar e recordar de Marielle é lembrar que a luta é coletiva, amorosa e combativa sempre.


Marielle escreveu sua história contradizendo as estatísticas, sendo Mulher Negra, ‘cria do Complexo da Maré’, como costumava se apresentar, e assumidamente bissexual, se formou em ciências sociais e realizou um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu sua dissertação relacionada a segurança pública, intitulada “UPP – A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.


Nas eleições municipais de 2016, a primeira que concorreu, se elegeu, sendo a quinta mais votada, como vereadora da cidade do Rio de Janeiro. Constituiu sua mandata – ela sempre usava o termo em feminino – com o protagonismo das mulheres negras. Fazia questão que esse protagonismo fosse coletivo. “Sou porque somos” era seu lema.


Critica á intervenção militar federal na segurança pública do Rio de Janeiro, iniciada em fevereiro de 2018, algumas semanas antes de ser assassinada, a parlamentar, havia assumido a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores criada para acompanhar a atuação das tropas federais.


Falar de Marielle é falar que Marielle é semente. Nas eleições 2018 no Brasil, três mulheres negras que faziam parte de seu gabinete, Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco, se colocaram candidatas a deputadas federais no Rio de Janeiro e todas foram eleitas. Para Marielle esse era um grande compromisso, fazer com que mais mulheres, negras, periféricas ocupassem os espaços de poder. Para além da vida político-parlamentar e acadêmica, Marielle sempre foi uma referência na luta popular pelos direitos humanos.


Recentemente a justiça do Rio de Janeiro decidiu que os acusados de executarem a emboscada e assassinarem Marielle, junto com o motorista Anderson Gomes, – o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-Policial Militar Élcio de Queiroz – serão levados a júri. No entanto, a investigação ainda não apontou sequer um suspeito de ser mandante do crime.


Nesses dois anos do crime que ceifou a vida de Marielle a mobilização por sua memória e justiça permanece viva e constante, com muitas manifestações de rua, sempre evocando a palavra de ordem: Marielle Presente!!


E continuamos e continuaremos perguntando: quem mandou matar Marielle? E por quê?


Jubileu Sul Brasil

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