O Encontro dos Atingidos – quem perde com os megaeventos e megaempreendimentos, organizado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), contará com a presença de cerca de 600 atingidos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, Olimpíadas e Megaempreendimentos de todas as regiões do país, nos dias 1, 2 e 3 de maio, no Colégio Municipal Marconi, em Belo Horizonte.

O jornalista da África do Sul Niren Tolsi estará presente no encontro para falar da experiência da Copa do Mundo em seu país. No dia 3 de maio, acontece o ato “Copa sem povo? Tô na rua de novo!”, às 15h, com concentração na Praça Pio XII. O encontro acontece em meio à expectativa quanto à realização da Copa do Mundo no Brasil, após as chamadas jornadas de junho, durante a Copa das Confederações.

Nestes três dias de Encontro dos Atingidos, a ANCOP pretende avançar na organização popular por intermédio da troca de experiências, traçar estratégias de luta em comum, elaborar documentos de denúncia e um plano de reparações que deve ser entregue aos governos, justiça e poder legislativo. Participarão do Encontro dos Atingidos, moradores das comunidades ameaçadas de remoção pelas obras da Copa, Olimpíadas e Megaprojetos.

Violações de direitos

O custo social e financeiro de preparação da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil é enorme. Segundo o Dossiê Nacional Violações de Direitos Humanos e Megaeventos (disponível aqui:http://bit.ly/1p0WUec), são cerca de 250 mil (dado atualizado para 2014) pessoas ameaçadas de remoção em função da Copa do Mundo e Olimpíadas.

Quanto às despesas financeiras, serão gastos quase 100 bilhões de reais para viabilizar esses dois megaeventos. Enquanto isso, a FIFA, que conta com isenção fiscal por parte do governo federal, não irá pagar nem um centavo para realizar os jogos no Brasil. Além disso, o evento trouxe uma série de alterações na legislação que causaram, dentre outros, um aumento da criminalização dos movimentos sociais.

Os problemas trazidos pela Copa do Mundo para o povo brasileiro não param por aí. Dentre o “legado da Copa” pode-se destacar a submissão do governo brasileiro aos interesses da FIFA, as remoções forçadas de milhares de famílias e comunidades inteiras, a falta de participação popular no planejamento das obras e no destino dos gastos públicos, violações de direitos de diversas formas, como o direito à moradia, à informação, à participação ao trabalho e até mesmo à vida, com a morte de 8 operários em obras da Copa até a presente data.

O agravamento do turismo e exploração sexual de crianças e adolescentes, especialmente em cidades que historicamente já contavam com esse tipo de prática, é outro grave problema. Além disso, a corrupção é outra grande marca da realização da Copa do Mundo, com o superfaturamento das obras e o lucro extraordinário das grandes empreiteiras. A realização da Copa também fez recrudescer a legislação penal, atingindo em cheio o direito à livre manifestação e organização dos movimentos sociais.

Comitês Populares da Copa

Os megaeventos trouxeram também outro legado que se contrapõe ao legado negativo descrito acima, que se concretizou enquanto movimentos de contestação à Copa nas 12 cidades-sede. Dentre os diversos movimentos de contestação foi central o papel da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), que reúne os Comitês Populares da Copa das 12 cidades-sede.

A ANCOP, através dos Comitês, tem acompanhado sistematicamente, desde 2010, os impactos da Copa. Nestes quatro anos, elaborou diversos documentos, como dossiês locais nacional, cartilhas, notas públicas, projetos técnicos alternativos para evitar as remoções e mais violações de direitos. Além disso, foram organizados protestos como forma de pressionar os governos para a garantia dos direitos humanos no processo das obras.

Quem é Niren Tolsi? É um jornalista Sul Africano que trabalhou no Mail & Guardian atè 2013, onde, entre outros, ele cobriu questões de justiça social relacionados à Copa do Mundo na África do Sul em 2010.sobre as familias dos 34 mineiros em greve que foram mortos em Marikana, o maior massacre accontecido na África do Sul pós-apartheid. Ele é um editor de co-fundador do The Con (www.theconmag.co.za), uma revista com um formado de artigos longos e literária que foi iniciado há um ano como uma resposta ao emburrecimento e aos prejuizios socio-raciais da grande mídia. The Con está actualmente desenvolvendo uma unidade de jornalismo investigativa de dados e fontes abertos.

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