Por Pastoral Operária
Com o tema “Acidente de Trabalho não é culpa da vítima”, a Pastoral Operária do Estado de São Paulo lançou a Campanha sobre Acidente de Trabalho, na sede da CNBB Regional Sul 1, na manhã do dia 05 de maio. Conforme o responsável pela organização do evento, a campanha deste ano busca demonstrar que as “reformas” trabalhistas e da Previdência só aumentam esses acidentes, colocando como tema para debate:  Direitos da classe trabalhadora: Reforma ou Demolições?
O evento, que acontece pela segunda vez, é um momento também para recordar o Dia Mundial em memória das vítimas de acidentes do trabalho.
O Dia Mundial em memória das vítimas de acidentes do trabalho tem como data oficial o dia 28/04, A explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores, em 28 de abril de 1969. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho, já que encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho instituiu em 2003, o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.
O engenheiro mestre em segurança no trabalho e membro da Pastoral Operária, Gilmar Ortiz, alertou que os acidentes de trabalho são sempre causados por culpa das empresas e não de seus empregados.
Ainda durante o lançamento da campanha, os agentes da PO manifestaram-se contra a reforma da Previdência proposta pelo governo federal. De acordo com Gilmar Ortiz, a pastoral operária é contra a reforma da previdência que o governo está impondo à classe trabalhadora, principalmente por não ter discutido com os representantes da própria classe trabalhadora que são os mais interessados e os que serão mais afetados pelas mudanças.
“Utilizando o argumento que a previdência é deficitária e que estas mudanças são necessárias, o governo está modificando as regras de aposentadoria e estabelecendo uma idade mínima que prejudica principalmente os trabalhadores que atuam em atividades mais perigosas e insalubres. Ao estabelecer a mesma idade mínima para quem trabalha em um escritório e também para quem trabalha em atividades mais pesadas, tais como na construção civil ou em uma linha de montagem, percebe-se que quem elabora tais leis não leva em consideração a saúde e segurança dos trabalhadores. Obviamente que o número de acidentes e doenças irão aumentar, já que os trabalhadores mais pobres estarão expostos aos fatores de riscos por muito mais tempo”, diz Gilmar Ortiz.
“A Pastoral Operária entende que essa reforma (que chamamos de demolição da previdência e não de reforma) vai contra os princípios cristãos, pois Cristo, Filho de Deus vivo se fez humano para nos ensinar os valores de Justiça e Vida digna, afirmando que veio ‘para que todos tenham vida e a tenham em abundância’ (Jô, 10,10). Essa ‘reforma’ vem também reafirmar as sábias palavras do Papa Francisco, de que “este sistema é insuportável” e que segundo o Papa, devem ser realizadas mudanças, mas mudanças de estrutura. Nós, da Pastoral Operária entendemos que mudar as estruturas é ter um outro sistema econômico que não seja o capitalismo. Só assim poderemos ter vida digna”, disse Gilmar Ortiz ao final da campanha.
Antonia Carrara, da coordenação estadual da Pastoral Operária, contou que durante o período da campanha ocorrem diversas ações pastorais,  reflexões, debates e estudos nos bairros (igrejas, associações e movimentos populares), subsídios, um folheto e o depoimento dos próprios trabalhadores.

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