Por Karla Maria | Rede Jubileu Sul Brasil
O Balcão de Direitos Humanos para haitianos e haitianas está aberto. Localizado na Baixada do Glicério, na região central de São Paulo, o Balcão é um Centro de Referência em Direitos Humanos que oferece, por meio de uma equipe multidisciplinar, o atendimento de Serviço Social e Jurídico a imigrantes. O Balcão tem uma programação itinerante e atenderá em diversas entidades parceiras que possuem experiência no tema: Imigração.

A haitiana Melchiseder Andree Witclair Balthazar, secretária do Balcão de Direitos Humanos, projeto itinerante de assistência social e jurídica na sede da USIH, Baixada do Glicério, SP

Nas primeiras semanas de atendimento, o Balcão foi instalado na União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH), entidade fundada por haitianos e haitianas na capital paulista. Criada em setembro de 2014, a USIH surgiu no contexto de unir os imigrantes, que devastados pelas consequências do forte terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, chegavam ao Brasil.
O desemprego no país caribenho chegou a atingir quase 80% da população. Passados oitos anos desde o terremoto, os haitianos continuam buscando no Brasil perspectivas de estudo e trabalho. Esta é a constatação de Lucimeire Araújo, coordenadora geral do Balcão. “Durante os atendimentos diários tanto com a assistência social quanto a jurídica, vimos a grande demanda por suprimentos básicos como alimentos e roupas, por cursos profissionalizantes e emprego, demandas que vão além do alcance do Balcão de Direitos”, disse.
Rosilene Wansetto, socióloga do projeto e responsável pela articulação das parcerias do Balcão, destaca que o projeto é um espaço de assistência social e jurídica com orientação às políticas públicas que garantam os direitos dos imigrantes e das imigrantes. “Não podemos gerar expectativas que não podemos corresponder”, explicou a socióloga.
As expectativas quanto à conquista de um emprego não são apenas dos imigrantes. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgados nesta quinta-feira, 30, revelam que a taxa de  desemprego no Brasil chegou a 12,3%, em julho. São 12,9 milhões de pessoas desempregadas.
Balcão de Direitos na Baixada do Glicério, em SP
A segunda semana de atendimentos também foi marcada pela divulgação do Balcão de Direitos Humanos nas ruas da Baixada do Glicério, no comércio e em pontos estratégicos, onde os haitianos costumam se encontrar. O Glicério, uma das áreas marcadas pela forte presença de imigrantes na capital paulista, é o bairro onde também está localizada a Missão Paz, uma entidade dos missionários escalabrinianos que é referência no país na acolhida aos imigrantes que chegam a São Paulo.
Além das ruas, a divulgação foi feita nas redes sociais em diversos idiomas, e entre parceiros da Rede Jubileu Sul Brasil, que é a entidade responsável pela gestão do projeto em convênio com o Ministério dos Direitos Humanos. “Queremos que os haitianos e haitianas, que os imigrantes que precisem de informações sobre seus direitos no Brasil saibam que estamos com o Balcão aberto para atendê-los. Nossa programação será itinerante, mas por enquanto estamos na USIH, no centro da cidade”, concluiu a coordenadora geral do projeto, Lucimeire Araújo.
O Balcão de Direitos Humanos na USIH está localizado na Vila dos Estudantes, 34, na Baixada do Glicério. O atendimento de assistência social e jurídica acontece de segunda à quinta-feira, das 13h às 17h30 e aos sábados, quinzenalmente, das 13h às 17h30. No Balcão, o atendimento acontece também em créole e  francês, já que a haitiana Melchiseder Andree Witclair Balthazar, secretária do Balcão, está a postos para atender a quem chega.
Mais informações 11 3207-2960.

Deixe um comentário