Por Gerardo Chávez

Na Colômbia, os índices de trabalho infantil continuam sendo alarmantes e representam uma grave violação aos Direitos da Infância. Segundo dados do DANE (Departamento Administrativo Nacional de Estatística), no último trimestre de 2012 foram registrados 1.111.000 meninos e meninas trabalhadores, muitos deles em atividades realizadas diante dos olhos de toda a sociedade, em lugares públicos e concorridos. Outros, em piores condições, se dedicam a atividades como o trabalho doméstico e a exploração sexual, sem deixar de lado aqueles que começam a realizar atividades para grupos à margem da lei, atividades estas catalogadas como as piores formas de trabalho infantil.

Essas informações fazem parte de um relatório especial preparado pela Agência de Informação Trabalhista, que se ocupa do tema e trata de suas causas, consequências e possíveis soluções. Segundo a Agência, em um país como a Colômbia, uma das razões mais comuns para que as crianças troquem a escola pelo trabalho, é o alto índice de pobreza e exclusão que afeta milhões de famílias. Enquanto muitos pais que vivem na pobreza consideram que a entrada da renda do trabalho de seus filhos é crucial para a sobrevivência do grupo familiar, existe outro fator que pode passar despercebido, mas que é significativo na hora de analisar a origem do trabalho infantil: o fator cultural.

Na sociedade foi consolidado o imaginário que estabelece a realização de atividades de trabalho desde tenra idade, que possibilita ao ser humano acender ao sentido de responsabilidade e desenvolver habilidades e competências que lhe servirão para desenvolver-se melhor na vida. Com isso, surge a tendência de ver o trabalho infantil como algo natural.

È necessário sublinhar que uma das causas para que as piores formas de trabalho infantil persistam com índices tão elevados, é a falta de severidade na hora de castigar os adultos culpados do crime. À primeira vista, o principal efeito do trabalho infantil é a deserção escolar, o que prejudica não somente seu nível intelectual e sua formação pessoal e acadêmica, mas também os distancia dos espaços de socialização com outras crianças. Outro efeito é a perpetuação da pobreza. As sequelas físicas é outro efeito importante porque os empregadores poucas vezes lhes dão um tratamento digno. Mais do que a saúde física, existem riscos de ordem sociológica e moral.

A tarefa conjunta entre o governo, ICBF e as ONGs que trabalham pela infância é a chave para erradicar o trabalho infantil em todas as suas formas. Porém, parece que as medidas tomadas não são suficientes e o problema não apenas persiste, como aumenta. A Agência defende que uma maneira eficaz de controlar a problemática é intervindo diretamente nas famílias dos menores, não apenas para que entendam que para eles é mais importante a educação do que o trabalho, mas para buscar uma maneira que as famílias tenham acesso aos programas que erradiquem a precariedade em que vivem.

Fonte: Adital

 

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